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Ateliê de Vidro – experimentações com encáustica

Esse ano no programa de Pós-graduação Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, ofereceram a disciplina Ateliê de Vidro. Para mim, ou seria para todos nós que estamos saindo devagar da pandemia esse foi uma chamado para viver novamente a alegria das trocas de um ateliê.


Estar em um ateliê de qualquer técnica que seja é sempre um lugar de descobertas e invenções. Esse universo da arte nos permite arriscar e enfrentar o desconhecido.


Eu sabia que a professora Regina Lara tinha o ateliê de vidro dentro da Universidade Mackenzie, mas nunca tinha tido a oportunidade de conhecer.

Apareceu essa oportunidade e eu não tinha como recusar, mesmo estando atolada com a escrita de minha tese, que devo entregar até o final do ano.

Entrar no ateliê de vidro para mim é muito instigante, uma vez que o ateliê de encáustica é bastante diferente, mas desde o primeiro dia pensei em arrumar um encontro do vidro com a encáustica.


Foi com a garrafa de vinho que surgiu essa oportunidade. Flávio, que é o técnico do ateliê e sabe tudo de tudo lá dentro, me auxiliou no corte da garrafa. Depois, conversei com a professora Regina Lara, explicando que eu queria colocar no forno a garrafa em pé para ver como ela iria derreter. Regina deu a ideia de colocar quatro paralelepípedos de cerâmica em sua volta para que a garrafa não derretesse sem forma. E assim foi feito.


Abrir o forno depois da queima é sempre uma surpresa e minha garrafa ficou em uma forma de cubo amassada cheia de filetes de vidro. A garrafa tinha no seu corpo um silk com o nome do vinho e suas especificações. Assim, ao derreter a garrafa, ela ficou parecendo amassada e as escritas e desenhos fizeram alguns caminhos para dentro do cubo.


Ficou estranha, mas eu amei. Trouxe para casa e levei para o sítio, lá aprendi a usar a politriz para tirar os excessos cortantes de vidro. Coloquei a encáustica para derreter e quando estava bem líquida, fui colocando no cubo e me pareceu que estava criando uma represa de encáustica com vales de vidro.



Criei um pequeno mundo e inventei histórias.


Acho que o vidro e a encáustica podem ser bons amigos.


Ana Carmen Nogueira, Mestre e Doutoranda em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie. Graduação em Artes Plásticas. Especialista em Educação Especial com aprofundamento na área de deficiência visual e Arteterapia. Desenvolve pesquisa de pintura encáustica, ministra cursos desta técnica e atua como Arteterapeuta no Ana Carmen Ateliê de Arte.

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