“Vitória” era a deusa mensageira enviada por Zeus para anunciar o triunfo e a glória, aos vencedores dos campos de batalhas, seja ela terrestre ou naval.
Vitória de Samotrácia é uma escultura em mármore branco da ilha de Paros (Grécia) de cerca de 250 a.C a 185 a.C. Em 1863, o vice-cônsul francês na Turquia, Charles Champoiseau, (1830 – 1909), arqueólogo amador, a encontrou na ilha de Samotrácia, na Grécia, local de um antigo santuário dedicado aos “Grandes deuses da Grécia”, (a Paz, Justiça, Fortuna, Vingança, Esperança, Fertilidade, Amor…), que se encontrava em ruínas. E foi lá que acabou encontrando a deusa Vitória, quebrada em vários pedaços.
Essa peça maravilhosa foi enviada para Paris e em 1866, após um longo trabalho de reconstituição foi exposta para o público. Quando fui ao Louvre há mais de 40 anos, eu a vi no alto da escadaria. Ela é inesquecível. Nas minhas experimentações com encáustica, fiz essa pequena escultura pensando em minha amiga Roseli Behaker Garcia. Roseli e eu nos conhecemos no mestrado na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Tínhamos a mesma orientadora, a Profa. Dra. Elcie Masini. Meu mestrado era sobre minha experiência em ateliê de arte para pessoas com deficiência Visual “Lygia Clark : uma experiência de arte na vida de jovens cegos”. Roseli falou sobre “A percepção de esculturas por três pessoas cegas”.
Temos algumas coisas em comum e uma grande amizade e respeito. Roseli virou minha amiga e consultora para trabalhos que desenvolvo para pessoas com deficiência visual e também dividimos a aula na pós-graduação em Arte Reabilitação no Artereab e Instituto Faces.
Depois que a minha pequena escultura de encáustica ficou pronta, além de me fazer lembrar de Roseli ela me levou para a grande escultura Vitória de Samotrácia.
Vitória, é isso que a minha amiga é, uma mensageira para anunciar que é preciso olhar as pessoas além de suas deficiências. Roseli Behaker Garcia é Graduada em Letras. Especialista em Arte-Educação em Linguagens da Arte. Mestre em Educação, Arte e História da Cultura (Universidade Presbiteriana Mackenzie). Consultora para assuntos de acessibilidade em museus e espaços artístico-culturais. Consultora em audiodescrição. Atriz pela Oficina dos Menestréis. Palestrante sobre Arte e Inclusão. Analista de Recursos Humanos e é cega congênita.
Ana Carmen Nogueira, Mestre e Doutoranda em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie. Graduação em Artes Plásticas. Especialista em Educação Especial com aprofundamento na área de deficiência visual e Arteterapia. Desenvolve pesquisa de pintura encáustica, ministra cursos desta técnica e atua como Arteterapeuta no Ana Carmen Ateliê de Arte.
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