Gosto muito de caminhar. Caminhar na praia, nas trilhas.
Vou caminhando e vou catando pedras. Seleciono as que vou trazer junto comigo. Acho que até converso com elas, acaricio e se a gente fizer amizade trago comigo.
Em janeiro do ano passado fui para o Equador. País lindo. Fui visitar uma cachoeira que ficava uns 30 minutos de caminhada no meio da mata. Caminhada de galocha no meio do barro, atravessando pinguela. Mata bonita, fechada.
Depois de um tanto de caminhar, começamos a escutar o barulho da água, mais um tanto e a mata se abre em um lago e lá no meio a queda d’água.
Majestosa.
Figura 1 Cascada Hola Vida, Equador
Gelada, mas linda. Minhas amigas entraram na água para lavar o ano que tinha passado. Eu fiquei com água até o joelhos. Meus pés já estavam congelando, imagine se eu entrasse na água.
Me abaixei e peguei de dentro da água uma pedra. Ela se acomodou em minha mão e veio morar aqui no meu ateliê. Em dezembro de 2020, quase um ano depois que ela estava morando comigo, a mergulhei na minha panela de encáustica básica. Quando a retirei de lá de dentro parecia renovada, linda, com as cores vivas e brilhando.
Figura 2 Pedra da Cascada Hola Vida
Peguei minhas outras pedras de outras andanças e comecei conversar com elas, meditar com elas. Iniciei uma procura de equilíbrio nesses tempos tão complexos. Juntei a elas a encáustica básica e fui procurando o momento certo em que elas se encontram e se equilibram.
O empilhamento de pedras pode ser considerado uma arte onde as pedras são empilhadas umas sobre as outras em diferentes posições sem usar nada para grudá-las. As pedras ficam naturalmente em equilíbrio em um arranjo que requer muita paciência e sensibilidade e o ponto de contato entre uma pedra e outra é bem pequeno.
Embora seja bastante interessante ficar buscando o ponto de equilíbrio e manter o empilhamento das pedras, eu queria manter as minhas pedras naquele momento por isso trabalhei com as pedras e a encáustica básica para fixar, suspender ou manter aquele momento único. Fui construindo com as pedras em meu caminho, momentos únicos, castelos de sonhos, momentos suspensos que podem se desmoronar a um toque mais brusco. Pequenas esculturas forte e frágeis.
Figura 3 Equilíbrio 01 pedras recolhidas de uma caminhada na praia com uma abelha na ponta. 7 cm de altura x 4 cm de largura
Figura 4 – Equilíbrio 02 pedras trazidas do Chile. 5 cm de altura x 3 cm de largura.
Figura 5 – Equilíbrio 03 pedras trazidas do Chile. 5 cm de altura x 4 cm de largura
Figura 6 – Equilíbrio 04, pedras da praia de Venice. 5 cm de altura x 4 de largura
Figura 7 – Equilíbrio 05 pedras do Chile. 7 cm de altura x 3,5 cm de largura
Figura 8 – Equilíbrio 06 pedras do Chile. 6 cm de altura x 3,5 cm de largura
Figura 9 – Equilíbrio 07 pedras do Chile. 5 cm de altura x 3 cm de largura
Faça Arte!
Ana Carmen Nogueira, Mestre e Doutoranda em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie. Graduação em Artes Plásticas. Especialista em Educação Especial com aprofundamento na área de deficiência visual e Arteterapia. Desenvolve pesquisa de pintura encáustica, ministra cursos desta técnica e atua como Arteterapeuta no Ana Carmen Ateliê de Arte.
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