Tenho mostrado para vocês algumas técnicas que vou pesquisando junto com a pintura encáustica. Não me canso de falar como a encáustica abre caminho e sabe conversar com diferentes materiais e técnicas.
No ano passado, Raphaelle Faure_Vincent,artista, gravurista e integrante do Grupo 7+ da CasaGaleria Loly Demercian oqual também faço parte, participou de uma visita aqui no ateliê e conheceu apintura encáustica. Viu a possibilidade de fazermos uma troca. Ela me ensinava a fotogravura e eu a ensinava a pintura encáustica e no final juntamos as duas técnicas.
Assim, nasceu uma boa parceria e uma vontade de aprender mais sobre a gravura e as possibilidades de contato com a encáustica.
Eu já havia visto alguns trabalhos de Elise Wagner, artista americana de encáustica. Elise desenvolveu a Encaustic Collagraph , que é a impressão Colagrafia Encáustica.
A colagrafia é uma técnica experimental de gravura. Ela é feita com placas de acrílico transparente, papelão, papel cartão, linóleo etc. A essa placa junta-se elementos que possam ser entintados e impressos. Essa artista utiliza da encáustica sobre o acrílico para criar gravuras com essa técnica.
Convidei Raphaelle para fazer a pesquisa da colagrafia encáustica comigo e iniciamos nossa pesquisa aqui no meu ateliê. Passamos a encáustica básica em uma pequena placa de flanders e fizemos algumas texturas. Deixamos a encáustica descansar por uns dias e fomos continuar a pesquisa no seu ateliê.
Entintamos a placa com tinta de gravura em metal à base de óleo. Fizemos algumas impressões, que não foram muito felizes, mas que nos ensinaram bastante. A tinta óleo não é a mais indicada para essa técnica, descobrimos na prática, ela faz com que o papel grude na placa. Depois, lendo com mais atenção as informações no site de Elise, encontrei uma dica que dizia que a tinta de gravura em metal não era adequada para essa técnica, pois o papel grudava na placa. O papel de seda se comportou melhor do que o papel de gravura.
Resolvemos pensar na colagrafia como uma xilogravura, e foi aí que a coisa começou a fazer sentido. Limpamos um pouco a placa e passamos uma tinta de xilogravura amarela. Embora tenha grudado um pouco o papel, pois ainda tinha resquícios da tinta à óleo da gravura em metal, o resultado foi bem mais animador.
Agora, para nosso próximo encontro de pesquisa, vamos trabalhar com novas placas sabendo que a lógica dessa gravura é parecida com a da xilogravura e que existem inúmeros caminhos, possibilidades e alguns desafios.
Essa é a beleza da arte, abre caminhos e mentes.
Ana Carmen Nogueira, Mestre e Doutoranda em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie.
Graduação em Artes Plásticas. Especialista em Educação Especial com aprofundamento na área de deficiência visual e Arteterapia. Desenvolve pesquisa de pintura encáustica, ministra cursos desta técnica e atua como Arteterapeuta no Ana Carmen Ateliê de Arte.
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